A Morte de um rio
Autor: Thiago Costa Santiliano
Em seu curso em regiões de serra, muitas corredeiras podem ser avistadas, servindo de interesse de muitos turistas que visitam a região, mas todo grande rio tem suas limitações. Por décadas há relatos de pessoas que se aventuravam nas grandes corredeiras do Itabapoana e nunca mais foram encontradas. Muitas pedras e sumidouros serviam de armadilhas fatais para quem buscavam diversões nas águas do Itabapoana. Ao entrar na água, a pessoa era sugada por entre as pedras escondidas e dali, jamais sairia com vida, e muitas vezes nem mesmo era encontrada. Estes sumidouros estão por toda parte no rio Itabapoana. Em Mimoso do Sul um trecho do rio era conhecido como "Cachoeira do Inferno" por motivo das inúmeras mortes na região. No final da década de 1990 este trecho foi rebatizado para "Cachoeira das Garças" nome por motivo aos ninhas de garças que se estendiam pela região, além também de proporcionar um nome mais atrativo para os turistas que visitam a região. Mas para àqueles que perderam seus familiares e amigos, o local sempre continuará sendo a tão assustadora Cachoeira do Inferno.
Mas para a tristeza de muitos, nem Cachoeira das Garças ou do Inferno praticamente existem mais. Depois da construção da Central Hidrelétrica a vasta corredeira de pedras agora permanece exposta. O visitante que passa por ali se depara com um vasto caminho de rochas que parece assadeiras em céu aberto, devido a exposição ao sol, principalmente no verão. Para muitos chega ser belo as rochas polidas pelas águas do Itabapoana, pois se não fosse essas barragens ninguém jamais imaginaria o tão quanto a natureza é poderosa. Mas para outros, este cenário representa a "Morte de um Rio" que através de décadas proporcionou a vida de muitas gerações que ali se estabeleceram. Pois nem mesmo a poluição poder ser comparada com a total destruição do homem no rio Itabapoana, tendo como vítima a fauna, a flora e a si mesmo.