Fazenda Maravilha

29/10/2019

A sede da Fazenda Maravilha foi construída no ano de 1863, estimando-se que a fundação da fazenda tenha ocorrido poucos anos antes, no entanto não foi possível obter informações sobre seu fundador. Sabe-se que em 1928 a propriedade foi adquirida por Leônidas Campos da Silveira, fazendeiro e membro da Banda de Música Lira Sant'Ana, que tinha como sede o pavimento térreo da morada sede da Fazenda Maravilha. Leônidas era casado com Amélia Ribeiro Campos, com quem teve filhos. 

No início da década de 1930 a Fazenda Maravilha possuía como principais atividades agrícolas a cultura cafeeira e a criação do bicho da seda, produzindo também alguns cereais para subsistência. Em meados da década de 1930, a Sra. Amélia Ribeiro Campos faleceu, não havendo informações sobre o ano preciso de tal ocorrência. Algum tempo depois o Sr. Leônidas casou-se novamente com a Sra. Maria, de sobrenome desconhecido, que passou a residir na sede da Fazenda Maravilha. Desta união nasceram Sebastião Vieira Silveira, Lauro Vieira Silveira, Laerte Vieira Silveira, Leonor Vieira Silveira e Cacilda Vieira Silveira. Anos mais tarde a segunda esposa do Sr. Leônidas, Maria, também faleceu e ele contraiu novo matrimônio com a Sra. Mercedes Tebaldi, com quem não teve filhos. Em meados da década de 1960 faleceu o Sr. Leônidas, permanecendo a viúva que residia só na Fazenda Maravilha e contava com a ajuda de um dos filhos do Sr. Leônidas, Sebastião Vieira Silveira, na administração da propriedade. 

Após o falecimento da Sra. Mercedes Tebaldi, em 1974, o imóvel foi destinado por herança, a Sebastião Vieira Silveira, que dois anos mais tarde se casou com Luzia Tavares da Silveira. O casal passou a residir na sede da Fazenda Maravilha, onde criou até os sete anos de idade o filho do casal, Leôncio Tavares Silveira. Em 1980 ocorreu o falecimento do Sr. Sebastião e alguns anos depois a família se mudou para o distrito sede, freqüentando a morada em finais de semana e feriados. A administração da propriedade ficou por um bom tempo sob os cuidados de Nilson Monteiro da Silva, amigo da família, que mais tarde arrendou a propriedade.

Atualmente a Fazenda Maravilha é administrada pelo filho de Luzia, Leônidas Tavares Silveira, contando com três famílias de colonos que trabalham nas lavouras de café e criação de gado leiteiro da propriedade. A Fazenda Maravilha conta atualmente com reduzido conjunto de edificações em suas imediações, verificando-se apenas uma garagem na porção lateral esquerda e um galinheiro na lateral direita do entorno imediato. Na década de 1970 a fazenda contava com um conjunto rural composto por tulha, moinho, galinheiro, galpão para maquinário de beneficiamento e um gerador de energia. No entanto, não há informações sobre a data de construção e demolição destes antigos elementos. Sabe-se também que até a década de 1990, parte do pavimento térreo da residência sede foi utilizado como escola primária, onde lecionou a Sra. Luzia Tavares Silveira.

A sede da fazenda é cercada por jardim, com pequena bica d'água, palmeirinhas que conduzem os visitantes à porta do solar. Na parte interna, está a sala de espera, seguida do salão de refeições, que termina numa área de serviço com cozinha e despensa. O sobrado na década de 1930 era ladeado por uma sequência de dormitórios mobiliados com pesadas camas de madeira de lei. A decoração interior trazia sinais explícitos do poderio econômico no passado.

Guarda anos de história e tradição. A fazenda outrora reservava tanta beleza que era escolhida como um dos locais prediletos para recepções de autoridades em eventos políticos, culturais e artísticos na época que São Pedro do Itabapoana reinava como um dos maiores municípios do Estado do Espírito Santo. Fazenda Maravilha teve seu esplendor em termos de produção do café, arroz e criação do bicho da seda. Durante muito tempo, o café e o arroz eram transportados por tropas de muares conduzidas por tropeiros até a estação de ferro no distrito de Mimoso.

Localizada no distrito de Santo Antonio do Muqui, na estrada Mimoso do Sul x São Pedro do Itabapoana, com distância aproximadamente 22 km da sede do município de Mimoso do Sul/ES.
Para quem passa na estrada que liga Mimoso x São Pedro avista a edificação e se encanta com a construção... e diz: MARAVILHA.

Fontes: João Odílio, Moradores da região e IPHAN/ES

Texto: João Odílio Guedes Faria

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